RESUMO
Para fornecer um perfil da criança traumatizada, foram avaliadas prospectivamente 95 crianças internadas por traumas graves em serviço de emergência de grande porte, 62 do sexo masculino e 33 do feminino, com idade média de sete anos e oito meses (um mês a 15 anos). Os acidentes de trânsito constituíram a causa mais comum (65 por cento); o atropelamento foi responsável por 46 por cento do total e a queda de nível ocorreu em 25 por cento. Somente uma das vítimas de colisao de veículos usava o cinto de segurança. Seis crianças foram atendidas em estado de choque hipovolêmico e 16 estavam inconscientes. Houve lesoes em 156 segmentos dos 95 pacientes. TCE ocorreu em 93 crianças (98 por cento), 24 (25 por cento) apresentaram fratura nos membros superiores e 29 (30,5 por cento) nos inferiores, 19 (20 por cento) necessitaram de tratamento cirúrgico ortopédico. Trinta pacientes (31,5 por cento) necessitaram de cuidados em UTI. A média de internamento foi de 12 dias (um a 123 dias). Apenas quatro crianças evoluíram com seqüelas imediatas e outras quatro (4,2 por cento) foram a óbito (três por TCE e uma por fratura cervical). Nossos dados sugerem que medidas de prevençao de acidentes em crianças devem ser concentradas na área do trânsito. Os ortopedistas devem estar atentos ao alto índice de sobrevivência em menores politraumatizados e fornecer adequada avaliaçao e tratamento inicial.